Tuesday, February 28, 2006

chamada a cobrar...

...para aceitá-la continue na linha após a identificação.

- Oi, Ju. Tudo bom? A mãe tá aí?
- Oi , Fê (meu irmão, que está em Cabo Frio) , tudo bom. A mãe foi na rua e já volta. Comé que tá aí?
- Pô , maneiro pacaralho. E você tá zuando muito?
- Tô! U-hu! ( Fiquei na minha província, Três Rios)
- Sério, ow. Tá fazendo o quê?
-Aluguei 7 DVDs. E às vezes tomo uma cervejinha na rua.
- Mas num tá saindo não? Ow, tem uma tenda de trance (yuuuch!) aí todo dia!
- Deus me livre.
- Ê ê! Cê é muito doida mesmo! Manda um beijo pra mãe. E beijo procê.
- Beijo, aproveita aí.

Saturday, February 25, 2006

de jagger a jegue

Eu venho omitindo os leads.

É que eu não quero ser obrigada a dar o lead.


Nos stones eu só conseguia pensar em Drummond : " Meu Deus, pra quê tanta perna?". Momentos impagáveis de catarse antológica. Nos primeiros acordes de "satisfaction" parecia que a própria praia estava "moshando". Mais impagáveis seriam se eu não tivesse que readquirir um celular, uma vez que o meu ficou de oferenda pra iemanjá. Jagger me deve um celular.

Coisa boa é matar saudade. Terça chegou da Europa uma amiga querida demais. Um ano e porrada que ela estava lá. E ver de novo, poder pegar, estar perto.. é muito bom e ao mesmo tempo muito assustador.Medo de ela estar diferente. Ou de nós estarmos diferentes demais pra ela. mas não. Tudo igual. Tudo tão bom... Sensação de que as coisas estão no devido lugar, entre muitas outras.

Carnaval eu detesto. Vale mesmo o feriado prolongado, e passe a mão no toco. E sem dinheiro por conta da descelularização, tive que abdicar de qualquer plano. Então fica a máxima cervejinha e amigos ( os que remanescerem na minha província natal). Que no fundo eu acho até melhor.Bem melhor.Tenho um pouco de medo das atrações aqui da cidade. Houve um ano que fizeram um "jegue elétrico"... Sim, o quadrúpede puxando a sonorização. Esse ano acho que vão inventar alguma coisa com música eletrônica. Medo.

Eu nunca consegui entrar no clima de "intervalo da vida cotidiana" que o carnaval tem. Já me diverti em carnavais e tudo, mas nada que eu não pudesse ter feito em qualquer outra época do ano.Mas enfim, não é hora de pensar nisso.

Afinal de contas...

é carnaval!

Friday, February 17, 2006

Esse samba e so porque if you start me up i'll never stop.

Vivendo meus dias de bossa nova. Bossa'n roll, talvez. Rio, alcool, amigos e boemia. E Stones.

Ser feliz custa 58,60. Ida e volta.

( sim, o teclado esta desconfigurado)

Monday, February 13, 2006

desculpe, a ligação caiu!

Hoje ( segunda ainda) fiz uma coisa pouco ortodoxa.


Chovia (e não é apelo dramático, chovia mesmo). Eram uma cinco e tantas da tarde e eu tentava mandar minha preguiça de sair naquela chuva abafada de verão pro quinto dos infernos. Percebi que tinha perdido o cinco e quinze.( o único horário de ônibus que eu decorei em 2 anos e meio de curso).

Tocou o telefone.

Telemarketing.( putaquepariu!eu já odeio atender telefone normalmente...) Aprendi a ter um pouco mais de condescendência com estes pobres proletários do telemarketing desde que a Lara, uma grande amiga minha foi trabalhar no setor de reclamações da Embratel. Um ato de solidariedade à ela, eu diria.

E a mulher falava sem parar sobre um tal plano de um provedor que não me interessava. E eu alternava minhas respostas entre “ahans” e “uhuns”. E eu falando com a mulher que não estava interessada, e ela me oferecendo as mil vantagens e descontos e não-sei-mais-o quê que a merda do provedor me oferecia por apenas sete reais e uns quebrados. Ficou nisso. Ela oferecendo, eu recusando. Um vai-e-vem maçante que já estava acabando com o resto de polidez que eu guardava.

Quando a mulher começou a forçar uma barra pra eu me cadastrar para desfrutar dos serviços do provedor “gratuitamente, senhora e sem compromisso. Se a senhora porventura não quiser se tornar assinante, basta ligar para o nosso 0800”.

E essa história todo mundo sabe como termina. A porra do 0800 nunca está disponível. Se existe alguém no mundo que já conseguiu “não se tornar cliente de alguma coisa” via 0800,favor apresentar-se. Antes que eu caísse (ou melhor, fosse empurrada) no conto do vigário, puxei o fio do telefone.

A Lara que me perdoe.

mi casa, su casa...

Este negócio de ter duas casas mexe bastante com a gente. Tem sempre alguns sentimentos constantes, e outros são um tanto "flutuantes", eu diria.

Eu, Júlia, estudante de Jornalismo, professora de Inglês nas horas vagas remuneradas; moro, trabalho e estudo em Juiz de Fora- MG. Sozinha, num apartamento pequeno, mas que comporta muito bem a mim e aos meus meus pensamentos. ( pelo menos a maior parte do tempo). Minha mãe mora em Três Rios, cidade no interior do Rio, onde o principal meio de comunicação ainda é o " você já ficou sabendo?" em lugares públicos.

Pois então... Sempre que fico muito tempo em Juiz de Fora, Três Rios é meu porto seguro. Tudo que eu quero é largar da minha vida de dona-de-casa-operária-universitária-adulta pra brincar de filha da dona Silvia.E é bom.Acalma...Por outro lado , quando fico tempo demais em Três Rios- como na última greve trimensal!-, só penso em cortar o cordão umbilical e correr pra (Avenida) Independência* em Juiz de Fora. E assim, de novo, eu tenho paz.

Como se meus parâmetros fossem flexíveis, ou se essa tal paz que eu busco fosse inalcançável.E não é raro que ela pareça não estar em lugar algum. Ter sempre alguma coisa incomodando. Algo que me enche o saco em Três Rios, Juiz de Fora, ou no meio do caminho entre uma e outra.

A verdade mesmo... é que eu acho que não ando querendo paz merda nenhuma. Como Manuel Bandeira, "estou farta do lirismo comedido. Do lirismo bem comportado. Do lirismo funcionário público (...)" , e por aí vai. Mas é melhor nem pensar muito sobre isso. Porque pensar demais não leva a nada...e afinal de contas, as coisas são o que são mesmo.

Sem querer apelar pro nepotismo, cito Fernando Pessoa:

"O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério(...)

(...)O único sentido íntimo das cousas
É elas não terem sentido íntimo nenhum."

(V, Trechos de O Guardador de Rebanhos)

O que é que tem pra entender? Quando estou de saco cheio de Três Rios, é porque estou de saco cheio de Três Rios. Quando Juiz de Fora deu no saco, é simplesmente porque me encheu a paciência, oras! Bendito Pessoa. Tinha que ser meu parente mesmo.

* Avenida Independência é a Rua onde moro.

Sunday, February 12, 2006

eis o malandro na praça outra vez...

Eu não queria mais me expor.

Sempre tive blogs que falavam muito de mim. Um relato fiel de tudo- ou quase tudo- que acontecia comigo. Com o tempo, encheu o saco. Talvez minha vida não seja algo tão interessante assim que as pessoas, de fato, queiram ler sobre. Talvez porque as dores e delícias de ser Júlia Pessôa devessem ser guardadas só para esta que as sente. Para os possíveis curiosos, há sempre o orkut; que afinal de contas foi criado pra isso. Fuxico virtual under consent, bela invenção!

Mas eu senti saudade.

Saudade de ter um canto virtual "pra chamar de meu". De ver pessoas desconhecidas dando pitaco em alguma coisa que eu escrevo. De alimentar esse meu instinto voyeur às avessas. Eu tenho muito a dizer. E apesar de ter uma boca enorme, sempre fiz isso melhor com as mãos. Meu grande problema fica num ponto equidistante entre a falta de tempo e a falta de compromisso com meus posts.

Eu não quero ter a obrigação de ter um blog.

Eu só quero correr aqui e cuspir as palavras sempre que me der vontade. É egoísta, sim.

Mas a grandeza de espírito às vezes dá no saco.