Monday, May 14, 2007

previsão do tempo






como o "climatempo" juizforano, sou passível de mudanças bruscas em um pequeno intervalo de tempo. amanheço ensolarada, nublo mais ou menos pela hora do almoço e sempre existe- com maior ou menor probabilidade- a chance de que eu chova. mas não sou muito de chuva de verão. quando a temperatura esquenta e os sentimentos ficam abafados que só vendo, chovo em níveis "o prefeito declarou estado de calamidade pública". mas minha calamidade quem declata sou eu, não o excelentíssimo senhor prefeito. ele tem a defesa civil. eu só posso contar com o órgão "auto-defesa", negligente por natureza. então sempre desabo, mesmo tentando construir longe das encostas. o frio e os sentimentos chegam do mesmo jeito, em juiz de fora e em mim: sem avisar, no dia menos propício. no início, são tão intensos que a gente realmente acha que se pode morrer de ambos, de frio e de sentir. quando acabam, a gente vê que nenhum dos dois mata. e depois de passar o inverno inteiro com a janela e o coração fechados, a gente sempre abre o trinco novamente. porque viver é manter a janela aberta.

Monday, May 07, 2007

responsabilidade social


é mais coerente não se aproximar. a princípio, pareço um bom investimento. o tempo me torna desinteressante. assim como multiprocessadores de cozinha, que parecem ter sido uma bela aquisição, eu acabo me revelando uma perda de tempo e expectativa. é por isso que eu digo: "não se aproxime". eu acabo perdendo a graça, acabo virando rotina. não vale a pena, é melhor manter a distância. há filmes muito melhores na sessão da tarde. assista de novo, valorize seu tempo. quem não me ouviu, se arrependeu. porque eu fico desinteressante. eu sou perda de tempo e expectativa. eu perco a graça, viro rotina. eu não valho a pena.


falo por experiência própria.

check-in



ela ia embora. por mais que tivesse desejado, a certeza da partida era agora uma incerteza de sua vontade de ir. partir significava encher a mala de boas saudades. ficar significava acumular lembranças, muitas das quais ela não queria mais para sua vida. entre o partir e o ficar, apenas seu livre arbítrio.sem medo da multa por excesso de bagagem, ela cruza a alfândega com toda sua saudade.
e embarca.