Monday, March 27, 2006

i´ve got another confession to make...

Eu queria que certas coisas não fossem tão importantes pra mim. Eu tenho até vergonha de dar tanto valor a coisas que tecnicamente são fúteis.

E daí que minha bunda está do tamanho do Brasil?
E daí que eu me sinto inchada e horrenda?
E daí que tenho vergonha de sair de casa?
E daí que eu acho que as pessoas estão me medindo?
E daí que nenhuma roupa me cai bem?
E daí que minha cara parece um trakinas?


E daí que eu sou neurótica com gordura?

Wednesday, March 22, 2006

percisa-se de elixir paregórico pro cérebro

eu sofro de diarréia verbal. sobretudo quando estou semi-alcoolizada ( quando estou totalmente, eu costumo é dormir).

segunda, depois da comemoração de fim de período, cheguei em casa e na portaria:

- Boa noite, ANÃO!

Pela segunda vez. E o meu porteiro se chama ADÃO!!! Entrei no elevador rindo sozinha. E querendo entrar em mim de tanta vergonha.

Sunday, March 19, 2006

breve pausa na semiosis

Ser, vir

Se eu visse você vir
Seu viço vou servir
Serviço você vir
Sê vício, vou servir
Sê viço, vou servir
Sê vício, vou servil
Ser vice? Vou ser, vi.
Serviço: você vi
Seu viço...você vi
Sê viço. Vou ser vil.
Seu viço : você vir
Serviço: vou ser vil
Se eu visse...vou ser ser vil!
Se eu visse.... vou servir!
Se eu visse, você vi.
Seu vício: você vil.
Sê vício. Vou ser vil.
Seu vício, você viu.
Seu vício: você vir.

Friday, March 17, 2006

can you feel it?

Eu queria saber tocar piano. Ou guitarra. Quem me conhece sabe bem o quanto eu sou frustrada por não saber tocar nem campainha com um mínimo de competência. Justo eu, que gosto tanto de música. Que gosto tanto de cantar. Que tenho um bom ouvido e até um bom ritmo. Bosta, eu devia ter investido nisso.

Fui hoje à noite ver um daqueles shows que o SESC promove a preços populares. Léo Gandelmann e Leila Pinheiro.8 reais. Mas me chamou atenção mesmo foi o cara da percussão/teclados ( e o baixista, que era bonito DEMAIS, mas isso é outra história).O cara tocando parecia que tava entrando na música, todo "malemolente" e cheio de caras e bocas...sentindo o que tocava mesmo.

E aí que eu pensei: caralho! Eu sinto isso. Tá, eu não manifesto minha malemolência, mas eu realmente sinto música. Tem mais efeito sobre mim que o visual.Muito mais. Daí que eu comecei a pensar- mais uma vez, porque esse é um tema recorrente quando eu penso nas coisas que eu não fiz da vida- na minha inaptidão musical. E me lamentar. Não com tristeza, mas naquele sentido de saber que aquilo lá que os caras tavam fazendo... eu queria saber fazer... e bem!

Ademais, estou feliz por estar na concha materna. E por a paz ter voltado a reinar.

E passarei o fim de semana debruçada sobre livros de semiótica.

Thursday, March 16, 2006

quis deixar cair... mas não deixei, peguei no ar!

Igualmente out of the blue, como num passe de mágica (e eu odeio essa expressão , que fique registrado), as coisas voltam a dar certo hoje. Tudo que me afligiu tanto durante essa semana hoje - e somente hoje- se resolveu como se nunca tivesse havido problema algum.

Alguém aí já teve a sensação, depois de resolver problemas realmente angustiantes, de que eles eram " bobeira da sua cabeça"? Embora qualquer bêbado no auge do porre fosse capaz de reconhecê-los enquanto tais, problemas de verdade? Eu tenho, sempre.

Tudo que já passou é suportável, é fácil.E a gente acaba se sentindo meio ridículo por ter se preocupado tanto. ( Embora a resolução talvez não existisse se não fosse tanta preocupação).

Mas que se foda, prefiro assim.Prefiro agora;que nada comprime meu peito nem meu cérebro.Agora que eu tô leve.


Por ora, não sou mais uma fraude.

( E como é bom voltar a "ser um sonhador")

Wednesday, March 15, 2006

chego a mudar de calçada quando aparece uma flor...

sabe aquele ditado? " Melhor estraga". Então, de tão bom ... estragou.

Todas as áreas da minha vida, que estavam em uma curva surpreendentemente ascendente resolveram, out of the blue, decair.

Tenho procurado "fazer da queda um passo de dança" ( salve, Sabino!), mas confesso que para alguém tão cético como eu esta tarefa é um tanto quanto árdua. Estou me sentindo uma fraude. Intelectual, profissional, sentimental, existencial, uma fraude; enfim... generalizada.

Meu instinto leonino de se desesperar diante da perda do controle das situações está à beira de um ataque de nervos. " Paz, eu quero paz!"

Sorumbática,esta leonina se recolhe. " Fera ferida, no corpo na alma e no coração".

E " exijo respeito, não sou mais um sonhador..."

Monday, March 13, 2006

Profundidade de campo

Daqui do décimo quarto andar a rua é quase calada. Cenário totalmente aprazível pra que minha mente fominha comece a fazer barulho.E sempre faz, ao contrário da rua- que em momentos- como o de hoje- parece estar com preguiça. Conversava dia desses no msn com a Vanessa sobre a “narratibilidade” da vida. Da nossa vida, pelo menos.

E eu dizia que tem horas em que eu to tão imersa nesse universo narrativo-ficcional, que parece que a minha própria vida é uma ficção. Ou uma narração, só que essa em termos praticamente literais. Às vezes, me pego narrando em off as coisas que vão acontecendo comigo. Como se eu fosse a protagonista de um roteiro. E não apenas estivesse vivendo a minha vida. É cafona isso ( e é cafona dizer “cafona”), mas juro que é verdade.

Então eu fiquei pensando se isso não seria um mecanismo de evasão. Sei lá, de me distanciar da minha própria vida. E não ser a Júlia, mas quem protagoniza a vida da Júlia. Como o jovem Charles do notório Cidadão Kane, que sempre está na profundidade de campo quando as decisões mais importantes da sua vida são tomadas.Não participa. Está sempre ao fundo, à parte. Brincando na neve, em alguma parte do segundo plano do cenário do Xanadu que não o deixa tomar ás rédeas de si mesmo.

Mas talvez eu devesse mesmo só ler mais o que eu mesma escrevo. Ler ,de novo, o post do Pessoa. E ver que não tem nada por trás dessa minha sede narrativa. É só vontade de contar história mesmo. Sem fuga, sem evasão.

É que a vida narrada é muito mais glamourosa.

( Mas onde é que eu estava com a cabeça quando eu botei o pobre do cidadão kane no meio dessa história, meu Deus?)

Thursday, March 02, 2006

assim como o vinícius só é grande se sofrer...

Estranho o sentimento de não-pertencimento, quando acompanhado do seu oposto... o pertencimento. Fazer parte de algo e, ao mesmo tempo ser tão diferente daquilo. Será que ainda sou, de fato, parte daquilo?

É muito apreço em jogo, muita história. Mas será que tem que haver um desprendimento? Algo que faça com que levemos nossa vida em frente, mantendo em comum só o passado? Dói um pouco pensar desse jeito. Mas talvez realmente fosse melhor.

Não falo de nenhum amor do passado, nem nenhum do presente. Falo de amizade. Foi tão bom reencontrá-las, mas ao mesmo tempo doeu tanto ver que a gente está tão distante e tão diferente. Não tem mais espontaneidade. Parece que falta o conforto do jeans que já fica meio folgado, por uso excessivo. Fica a sensação exatamente oposta, de um jeans novo. Aquele que veste bem, mas ainda aperta um pouco na cintura.

Foi uma ótima tarde apesar de tudo. Mas ficou aquela sensação um tanto Vinícius, daquela alegria sempre permeada pela tristeza.

Eu sei que estou sendo dramática.É o curso natural das coisas. As pessoas mudam e se afastam, muito ou pouco. Acontece a toda hora. Está acontecendo agora. Eu sei que estou sendo sentimental demais. "Mas essa lua, mas esse conhaque (inesxistente aqui, diga-se de passagem)...

... botam a gente comovido como o diabo".