inquietude

é que ela queria mais.

mais que mãos dadas. mais que belas palavras ao pé do ouvido. mais que noites de sono envolvida ternamente por um abraço. mais que demonstrações inesperadas de carinho; e quem sabe até de amor mesmo.mais que a tranqüilidade do gostar constante e -por isso mesmo- morno que ela sentia. mais que a certeza de algo bom. talvez nem fosse justo; mas ela sabia que queria mais.

sentia falta de querer muito, querer mais que tudo. de ficar feliz quando o telefone toca, de se desesperar quando não toca, de esperar que ele toque e ficar decepcionada se não for a ligação esperada. sentia falta da plenitude que só se encontra nesses amores incertos que nos cruzam a vida. esses amores que oscilam entre o sofrimento mais pungente que existe e a felicidade que culmina num sorriso largo,capaz de enrugar todo o rosto.

queria tempestade. emoções imprevisíveis. noites insones. brigas e pazes. sofrer e dar a volta por cima. borboletas no estômago.queria brincar de pique com as possibilidades. ganhar, perder...jogar.e não importava que o pique estivesse ou não com ela. ela só queria fazer parte da brncadeira. uma vez brincando; cedo ou tarde se pega e se é pego. ela só não queria mais ser café com leite no pique de amar.

é que ela queria mais.