Monday, February 12, 2007

sobre borboletas e desconforto


um dia, as borboletas voltaram. sem aviso prévio, sem telefonema, sem tocar a campainha. bastava a lembrança e vinha tudo aquilo. tudo aquilo que ela pensava ter que passar o resto da vida sem sentir de novo. e já tinha até se acostumado. nem todo mundo nasceu pra ter as pernas trêmulas, pra suar de nervoso e pra sorrir sozinho enquanto espera na fila do banco. talvez o máximo que ela fosse ter de amor na vida fosse aquilo mesmo: uma companhia agradável, umas boas risadas e talvez até um pouco de cumplicidade.morno.insosso. mas, de certa forma, confortável.que se dane o conforto! agora nada parecia ter lugar. agora era tudo desassossego, era tudo desconfortável. e era tudo como ela sempre quis que fosse. as borboletas estavam ali. mesmo que voassem para longe. e de repente, tudo tinha graça. de repente ,tinha cor de novo. mesmo que as borboletas morressem logo- dizem que elas vivem por um dia apenas. um dia, nada mais.- mas de repente...valia a pena gostar.

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