Sunday, May 28, 2006

descobriram meu blog num dos computadores lá da faculdade. reza a lenda que a professora da tal matéria nem quis pronunciar o nome, expresso no meu mais chulo português habitual.depois disso, uma das alunas- a que descobriu o blog- disse que ia me entrevistar pra fazer uma matéria sobre blogs.
assim foi feito.respondi hoje ao e mail que ela me mandou. e resolvi brincar de fazer de conta que sou importante. como se eu fosse suficientemente interessante pra alguém fazer um perfil meu. eis a entrevista, com as peguntas da menina e as respostas que eu dei a ela, na íntegra. a foto, o título e o textinho de apresentação são pirações narcisistas minhas. aí vai...
.júlia, em "pessôa"
.com vinte anos, ela só quer escrever. se alguém ler, é lucro. quando não ensaia seus passos jornalísticos, júlia pessôa escreve "sobre o que quer, quando quer" no "nada polido" " Dá o lead, porra!"
-Por que do nome "Dá o lead, porra?"
É como se fosse uma piada com o fato de eu ser uma estudante de Jornalismo, relacionada com o fato de que muitas vezes as pessoas- eu, inclusive- falam, falam, e não conseguem "dar o lead". O blog é justamente uma tentativa de "dar leads" a respeito das coisas que eu vejo, ouço, vivo, leio e penso. E o "porra" é bem característico do meu linguajar nada polido. Xingo demais. (risos)

- Por que, em fevereiro deste ano, você resolveu criar este blog?
O post inaugural fala muito disso. Eu já tive outros blogs, um deles por mais de três anos. Só que ele era uma espécie de diário mesmo...então eu parei de escrever porque estava me sentindo exposta demais e já não estava disposta a isso. Só que eu sentia muita falta de escrever sem compromisso, e de publicar estes textos em algum lugar...foi aí que criei o "dá o lead"...sem intenção de ter uma periodicidade ou um compromisso (editorial ou de qualquer espécie). O único intuito é escrever sobre o que eu quiser, quando eu quiser.Pode até soar egoísta, mas é verdade.
- Qual é o seu foco nos textos que posta?
Eu escrevo sobre coisas cotidianas que acontecem , de fato,ou que eu imagino. Ou paráfrases de situações que acontecem comigo ou de sentimentos e pensamentos que tenho. Sou muito metafórica. Essa é uma característica dos meus textos, em geral. Eu gosto de metáforas e elas evitam que eu me exponha demais.
-Tem algum intuito jornalístico mesmo, de informar imparcialmente, ou não?
Não,nenhum. Na verdade, é justamente o oposto. Uma linha completamente diferente dos textos que eu tenho que escrever pelo fato de fazer Jornalismo. Não que eu não goste de escrevê-los; porque adoro. A intenção é só poder escrever coisas diferentes do que tenho que escrever no dia-a-dia.
- Percebi que não existem muitos comentários. Quais seriam as razões para isso?
Talvez o fato de eu não divulgar o blog. Apenas alguns amigos sabem que eu o tenho. Não que eu queira esconder, não se trata de um blog secreto. Mas é que eu não me preocupo mesmo que ele seja pouco visitado ou não.Eu quero é escrever e publicar. Comentários são um prazer extra, um "plus". E pode ser também porque não se trata de um blog com um tema específico ou um "blog-diário". Estes atraem mais visitantes e mais comentários, pelo menos a meu ver.
- Como você encara a exposição de suas produções (textos, histórias, pensamentos)?

Depende do ponto de vista. Cancelei um blog porque me sentia exposta demais. Mas na época, aquele blog era um registro quase literal das coisas que aconteciam na minha vida, dos meus sentimentos...enfim, muita exposição. E aquilo começou a me incomodar. Por outro lado, voltei na ter um blog porque sentia falta de publicar meus textos num lugar onde as pessoas pudessem acessá-los, comentá-los e opinar a respeito deles. Então, essa questão da exposição depende muito do que eu escrevo. No momento, adoro. É muito gratificante ter um espaço para "soltar a voz", e mais ainda ver que tem gente que se identifica com isso.
- Na sua opinião, os blogs poderiam ser uma saída para os jornalistas que querem fugir da dependência editorial?
Com certeza. E já é o que está acontecendo. Como futura jornalista-se Deus quiser!- eu certamente usaria um blog para escrever sobre algo que uma linha editorial tivesse me impedido. Acho que é diferente. A jornalista escreve sobre tema X, para jornal Y da forma que a linha editorial determinar. A Júlia Pessôa escreve em seu blog sobre o mesmo tema da maneira que quiser. Acho justíssimo, a internet está aí para isso mesmo.
... acabou a brincadeira. nesse exato momento, deixo de ser uma entrevistável e volto à condição de mortal.

Saturday, May 20, 2006

and i wish i was a camera sometimes...

em juiz de fora, na praça da estação tem um cinema erótico & pornô. é um daqueles cinemas antigos, grandões que tem a bilheteria na frente e as salas ficam lá pra dentro do cinema, não se vê movimentação de entrada para os filmes.

pois bem. sempre que eu chego ou saio de juiz de fora, passo em frente ao prédio, que está quase sempre vazio. as pessoas têm vergonha até mesmo de permanecer por muito tempo ali por perto. máxima culpa do falso-moralismo que se espalha feito câncer na sociedade. mas prossigamos, antes da metástase total...

ontem o cinema estava fechado. aliás, as portas de vidro estavam fechadas.quando, fazendo meu caminho habitual out of Juiz de Fora, passo em frente ao cinema, eis que me deparo com a seguinte cena:

meio dia , sol a pino. senhor de aparentemente uns 70 anos grudado às portas de vidro feito um boneco de ventosa, olhando para dentro do cinema, como se procurasse muito por alguma coisa. fica ali por muito tempo.

algum tempo depois...

moça de aparentemente 15 anos se aproxima do senhor de aproximadamente 70, ainda na porta do cine-erótico-pornô. ela veste uma saia de cotton justa o suficiente para que se pudesse ver seus poros e tão curta que quase se podia ver seu períneo. tomara-que-caia e salto alto complementavam a indumentária. a temperatura média da cidade devia ser uns 15°C.

quase tempo nenhum depois...

moça e senhor saem juntos.

[Corta!]

tudo isso em menos de 15 minutos. de que vale uma idéia na cabeça e uma história real diante dos olhos quando se tem as mãos abanando?

Tuesday, May 16, 2006

fim de caso

-onde você vai?
- embora.
- o quê? tá doida? mas não aconteceu nada!
-pois é, justamente por isso. eu tô cansada de viver pela metade. de não ter emoção nenhuma na vida, sabe?...aliás, de as minhas emoções estarem diretamente condicionadas a você e ao modo como você age comigo... eu não posso mais viver assim.
- mas o quê que houve? quê que eu fiz?
-não sei. de repente as nossas conversas se tornaram monólogos meus com participação especial de seus monossílabos...você parou de me tratar com qualquer relevância...na verdade você parou de me tratar... eu simplesmente parei de fazer diferença na sua vida, se é que um dia eu já fiz...
- mentira!
- tem razão, é mentira! a verdade é que eu criei um você que talvez nunca tenha existido. mas parece que de uma hora pra outra, eu perdi a capacidade de fazer com que ele continue existindo.
-mas eu estou aqui!
-mas eu não sei viver ao lado desse você.
- eu te amo.
- não ama!não me ama e sabe disso.faz o seguinte...guarda esse amor pra dar a outro alguém. alguém que você consiga amar por inteiro.porque eu não posso mais ser amada aos pouquinhos. não me basta mais.
-já sei, isso tudo é uma ceninha...pra você não ter que admitir que você é quem deixou de me amar...
-não, não é isso. mas é que eu desperdicei muito amor amando por nós dois...

Silêncio.
-meu táxi tá lá fora.se cuida.

beijou-lhe a face e saiu, sem olhar pra trás até que chegasse à porta do táxi. mentira que havia desperdiçado seu amor amando pelos dois. na verdade, esperava que ele a demovesse do ímpeto de deixá-lo. não aconteceu. mentira que não doía deletá-lo de sua vida.mentira que ela não voltaria correndo a qualquer menor sinal de reação dele para impedí-la de ir. tudo mentira. a única verdade é que ela estava partindo.

da janela do táxi, contemplava a paisagem que ficava pra trás, desfocada pelo olhar úmido.

Tuesday, May 09, 2006

isn´t it ironic?

pequenas ironias do meu destino...

1) mensagem que o monitor do terminal do Banco do Brasil na faculdade de Comunicação me exibe hoje pela manhã:

"Terminal sem comunicação. Tente mais tarde".

2) Manifestação que eu-doente, pálida,fungando e agasalhada até o último fio de cabelo frente ao frio do precoce inverno de Juiz de Fora- ouço de um passante hoje à noite ao atravessar a rua, chegando da faculdade por volta de 22h:

"Que saúde, hein morena!"